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central do texto do Carlos Moore fala de como a Europa subdesenvolveu o Continente Africano em benefício próprio, a África que já era vista de maneira preconceituoso pela Europa, foi saqueada em seus recursos humanos e posteriormente em seus recursos naturais pelos países europeus, que acreditavam que África era o lugar de origem dos “pretos” e que se tratava de uma “raça de escravos”. Carlos Moore apresenta duas teses sobre o assunto primeiro com Walter Rodney e depois John Thorton onde são descritas explicações para o processo cruel que acarretou no genocídio de povos inteiros no Continente Africano. Já a tese central de Alecsandro J. P. Ratts trata das representações da África e da População Negra nos livros didáticos de Geografia, onde essa população é sempre tratada por meio de estereótipos de forma cristalizada, de modo que a diversidade social e espacial africana não é apresentada, influenciando de maneira negativa a trajetória especialmente de estudantes negros, uma vez que os livros didáticos são os principais materiais pedagógicos utilizados na educação formal, que representa por vezes o único referencial desses alunos sendo eles em maior número da rede pública de ensino. Walter Rodney afirma que só foi possível a expansão do capitalismo industrial com um formato social e de relações específicas de produção, a partir do interrompimento do desenvolvimento do Continente Africano, o processo capitalista propagado pela Europa Ocidental com características de…

complexidade, mas é com relação aos preconceitos adquiridos num processo de informação desinformada sobre a África. Estas informações de caráter racistas, produtoras de um imaginário pobre e preconceituoso, brutalmente erradas, extremamente alienantes e fortemente restritivas. Seu efeito é tão forte que as pessoas quando colocadas em frente a uma nova informação sobre a África tem dificuldade em articular novos raciocínios sobre a história deste continente, sobretudo de imaginar…

1. INTRODUÇÃO: A África e os africanos na formação do mundo atlântico 1400 – 1800 / John Torton; tradução de Marisa Rocha Mota. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. John Kelly Torton, é professor de história da Boston University. Lecionou na Millersville University, University of Virgínia , Allegheny College e na Universidade da Zâmbia. Atuou como curador de mostras sobre a África para museus e fundações, entre eles o Museu de História Natural, Smithsonian Istitution, Washington, D.C.…

Com Quantas Línguas se faz um Brasil? [Beto Vianna] O que nos leva a defender a língua portuguesa na economia linguística mundial? Já nos ensinou Walter Rodney, em Como a Europa subdesenvolveu a África, que difundir a própria língua foi prática usual do neocolonialismo europeu. Quando o centro de difusão do português passa a ser o Brasil, uma ex-colônia, a promoção ultramarina da língua acaba assumindo um caráter contraditório. Antes de debater as práticas – oficiais ou não – de difusão…

monumentos na África subsaariana! O motivo é simples. Os europeus destruíram a maior parte. Só nos restam os desenhos e descrições de viajantes que visitaram os lugares antes das destruições. Em alguns lugares, ainda se podem ver ruínas. Muitas cidades foram abandonadas e viraram ruína quando os europeus trouxeram doenças exóticas (varíola e gripe) que começaram a se espalhar e matar gente. As ruínas dessas cidades ainda se encontram escondidas. De fato, a maior parte da história de…

Sankofa. Revista de História da África e de Estudos da Diáspora Africana Nº 1 jun./2008 Eurocentrismo, História e História da África1 Resumo: Formada em um viés eurocêntrico, a História, enquanto disciplina acadêmica passou por diversas adaptações e transformações, visando se construir como uma área do saber universalista e científica. Apesar de ainda estar longe deste objetivo, é perceptível que ela registrou avanços nesta direção, sobretudo, na segunda metade do século XX.…

TRANSIÇÃO DEMOCRÁTICA EM ANGOLA Tese de Mestrado em Filosofia Política Aluno: Pedro Fernandes Chimanda Orientador: Professor Doutor Manuel João Celestino de Matos Lisboa, Abril de 2010 ÍNDICE INTRODUÇÃO………………………………………………………..5 ENQUADRAMENTO TEÓRICO……………………………………………..7 CAPÍTULO I O ENQUADRAMENTO HISTÓRICO DO PERÍODO COLONIAL, SÉCULO XIX, E O EMERGIR DOS MOVIMENTOS NACIONALISTAS. ESTADO E SOCIEDADE EM ÁFRICA 1. A expansão europeia e a reacção dos povos africanos na…

Os Dilemas da África Contemporânea: a persistência do neocolonialismo e os desafios da autonomia, segurança e desenvolvimento (1960-2008) André Luiz Reis da Silva* Resumo Este artigo discute a formação da África contemporânea, considerando as dificuldades apresentadas após a independência, como o neocolonialismo e a instabilidade política interna. Analisa também o papel do continente durante a Guerra Fria, para verificar o impacto com o seu fim, nos anos 1990, com a marginalização e…

governamentais do país e informações de meios de comunicação abarcando o período de 2002 a 2010. Para efeito de preservação da identidade real dos interlocutores foram a eles atribuídos pseudónimos. Neste artigo especificamente trabalhou com N’zau, Macinga e Zola, Muila, Tzaca e representante A, B e C da Chevron, Mabiala, Biuoco. 3 A aldeia de Fútila e a Vila de Buco Zau, situam-se na província de Cabinda. Cabinda é uma das 18 províncias de Angola conhecida por suas…

4 Como Entender a África Sul-Saariana e como Sair da Tragédia (o Terceiro Terço do Século XX) I – Introdução As sensibilidades constituem o mais importante dos ecossistemas onde as idéias são produzidas e evoluem. Certamente, idéias e sensibilidades afetam-se reciprocamente, como afetam e são afetadas por diversos outros componentes que se encontram nos ecossistemas culturais. O terceiro terço do século XX é mais curto que o anterior e seu início pode ser situado por volta…