Velhice bem sucedida
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Velhice bem-sucedida: aspectos afetivos e cognitivos
Marina Liberalesso Neri1 Neri, A. L. & Yassuda, M. S. (Orgs.). (2004). Velhice bem-sucedida: aspectos afetivos e cognitivos. Campinas: Papirus, 224 p. O declínio da crença de que uma velhice bemsucedida associa-se a eventos sobrenaturais, à sorte, ou ao coroamento de uma vida virtuosa coincidiu com a ampliação da crença na ciência como a fonte mais confiável de compreensão dos fatos naturais. Assim, o ser humano passou a conviver com cada vez mais informações sobre fatores que conduzem a uma velhice bem ou malsucedida. É dado científico que a velhice caracteriza-se pelo declínio das funções biológicas, da resiliência e da plasticidade. Ainda que ocorram de forma diferenciada entre pessoas, as perdas que caracterizam a velhice provocam o aumento da dependência dos indivíduos em relação aos elementos da cultura e da sociedade. Por outro lado, e ao contrário do que se pensa, é possível a preservação e ganhos evolutivos em determinados domínios do funcionamento, como o intelectual e o afetivo, sendo este último capaz de atuar de maneira compensatória sobre as limitações cognitivas. Este livro apresenta conceitos e dados empíricos sobre o funcionamento normal e patológico dos principais processos intelectuais, afetivos e motivacionais na velhice e sugere soluções para que indivíduo e ambiente possam contribuir para a continuidade e ganhos nesses aspectos, o que se traduz em velhice bem-sucedida. Escrito por professores e alunos de Pós-Graduação em Gerontologia da Unicamp, visa veicular conhecimentos científicos sobre como envelhecer bem e contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços e das políticas sociais para os idosos no Brasil. No 1o capítulo, Anita Liberalesso Neri focaliza as principais contribuições de diversas áreas da psicologia, básicas e de aplicação, para o estudo e intervenção no campo do envelhecimento no Brasil. Ressalta que não se