Patrimonialismo

Ano I, Nº 2, Juiz de Fora, dez./2006 – fev./2007

PATRIMONIALISMO VENEZUELANO: A DITADURA
DE JUAN VICENTE GÓMEZ SEGUNDO GARCÍA MÁRQUEZ
EM “O OUTONO DO PATRIARCA” 1

Marco A. Barroso
Graduado em Filosofia pela UFJF
Aluno do curso de especialização em Ciência da Religião – UFJF
Membro do Núcleo de Estudos Ibéricos e Ibero-Americanos – UFJF [e-mail] Antes de analisarmos a obra de García Márquez e o que ela tem a nos dizer sobre o patrimonialismo venezuelano de Juan Vicente Gómez – como sugere o título - o que é nossa proposta para este encontro, gostaríamos de fazer uma pequena introdução, explicando como uma obra literária pode ser de fundamental importância para se conhecer o espírito de um povo, ou sua morada vital. Só com este conhecimento poderemos começar a trilhar novos caminhos para nossas nações. 1

Comunicação apresentada no VII Colóquio Antero de Quental, realizado nos dias 11 a 16 de setembro/2006 na UFSJ, São João del Rei.

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Ano I, Nº 2, Juiz de Fora, dez./2006 – fev./2007

Afirma o pensador espanhol Ortega y Gasset, que o espírito de um povo se expressa por sua literatura e que, conseqüentemente, os porta-vozes deste espírito seriam os literatos. Encontramos em Gasset um homem preocupado com a cultura. Mas por que tal preocupação? Talvez possamos encontrar resposta a esta indagação em uma outra pergunta: “O que é a Espanha? A Espanha não é uma linha geográfica que a define(...). Mas o que é a Espanha ? A Espanha é a rigor uma obra...”31 (MACEDO, 1991: 57).
Vemos nesta resposta, a Espanha é uma obra(...),a crença, de Ortega, que o espírito de um povo se expressa por sua literatura e que, conseqüentemente, os porta-vozes deste espírito seriam os literatos. Percebemos, ainda com Ubiratan de
Macedo, o esforço hercúleo de Gasset em modernizar a Espanha e tira-la de um atraso que fora diagnosticado como ausência de ciência e para que houvesse ciência seria necessário; “um