Educação popular – pilar que sustenta e brada por uma educação diferenciada
EDUCAÇÃO POPULAR – PILAR QUE SUSTENTA E BRADA POR UMA EDUCAÇÃO DIFERENCIADA
Orientadora: Auriseane Soares Alunos: Ana Carolina Mendes Aníbal Soares de Almeida Emilly Souza de Oliveira Fernanda Elfrida de Araújo Maria da Conceição Pereira Silva
Contagem 2009
Porque é assim desse jeito que eu queria explicar pro senhor. Tem uma educação que vira o destino do homem, não vira? Ele entra ali com um destino e sai com outro. Quem fez? Estudo foi estudo regular: um saber completo. Ele entra dum tamanho e sai do outro. Parece que essa educação que foi a sua tem uma força que tá nela e não tá. Como é que um menino como eu fui mudá num doutor, num professor, num sujeito de muita valia? Agora, se eu quero lembrar da minha: “enxada”. Se eu quero lembrar: “trabalho”. E eu hoje só dou conta de um lembrarzinho: a escolinha, um ano, dois, um caderninho, um livro, cartilha? Eu nem sei, eu não lembro. Aquilo de um bê-a-bá, de uma alfabetozinho. Deu pra aprender? Não deu. Deu pra saber escrever um nome, pra ler uma letrinha, outra. Foi só. O senhor sabe? Muito companheiro meu na roça, na cidade mesmo, não teve nem isso. A gente vê velho aí pra esses fundos que não sabe separar um A dum B. Gente que pega dum lápis e desenha o nome dele lá naquela dificuldade, naquele sofrimento. Mão que foi feita pro cabo da enxada acha a caneta muito pesada e quem não teve prazo dum estudozinho regular quando era menino, de velho é que não aprende mais, aprende? Pra quê? Porque eu vou dizer uma coisa pro senhor: pra quem é como esse povo de roça o estudo de escola é de pouca valia, porque o estudo é pouco e não serve pra fazer da gente um melhor. Serve só pra gente seguir sendo como era, com um pouquinho de leitura. (...) Ciço, um agricultor familiar do sul de Minas Gerais.
Aníbal soares de Almeida Ana Carolina Mendes Emilly Souza de Oliveira Fernanda Elfrida Veronez de Araújo Maria da Conceição Pereira Silva