A transdisciplinaridade em binômino da costa lima, seu meco: saberes para o desenvolvimento sustentável no cerrado

ressaltam a particular “vocação para o mundo exterior (para o objeto)” do sistema nervoso, “um lugar de passagem” onde tudo vem do seu exterior como um sistema que trata informação, ou seja, como um sistema com inputs. (JORGE, 1995) A organização filogenética3 do sistema nervoso favorece a idéia da objetividade cognitiva na espécie humana, ou seja, a idéia de que o conhecimento por ele permitido representa um processo de abertura e apreensão objetiva de um mundo real exterior. Contudo, as teorias recentes pouco podem afirmar sobre como o sistema nervoso humano se relaciona com o meio: “saber se computa uma realidade informacional a que tem acesso por inputs (tratamento objetivo da informação) ou se computa, antes, essencialmente a si próprio, de modo autônomo, enclausurado nas múltiplas fronteiras que o distanciam do mundo”. (JORGE, 1995) De acordo com Jorge (1995), o funcionamento e a organização do sistema nervoso não se concretiza apenas entre teorias do input e teorias de clausura. Segundo a teoria da “autoreferência”, existiria um construtivismo4 neurológico e gnosiológico5 no qual o objeto é uma produção exclusiva do sujeito, a ponto de se afirmar que o sistema nervoso não permite descobrir o mundo, mas antes, literalmente, inventá-lo. Apesar da maioria dos biólogos descreverem os sistemas vivos em termos informacionais, a visão de Maturana e Varela (1996) é auto-referente ao definir os organismos vivos como autopoiéticos6. A parir disso, Maturana e Varela…