E-folio a 2010

434 palavras 2 páginas
Nos finais do século XIX, a linha do caminho-de-ferro trazia a Portugal notícias apregoando a evolução da Europa. O complexo de inferioridade dos portugueses agachava-se na visão sebastianista da história e na nostalgia de um passado para sempre levado. O confronto interior do que éramos, o que somos e o que poderíamos ser, se fossemos capazes de assumir os desafios das sucessivas modernidades, arrancavam palavras agrestes e críticas ferozes aos jovens estudantes de Coimbra, principalmente pela decadência em que se encontrava a cultura e a crise de identidade social a que estávamos votados. Com profunda ironia e imbuídos de um espírito realista, atacavam a falta de ideias e vontades de construção cultural e apelavam a uma urgente intervenção pública pela regeneração nacional. Por outro lado, os defensores do romantismo, já caduco de ideias e despido de conceitos actualizados, achincalhavam a forma de escrita e as ideologias dos estudantes de Coimbra, possuidores de um novo lirismo, mais de cariz crítico, social e humanitário. Estalava assim uma contenda entre Antero de Quental que comandava a fracção de Coimbra e António Feliciano de Castilho por parte do grupo de Lisboa. Guerra acesa de palavras que arrastando vários personagens das letras e da cultura para a contenda, originou a apelidada ‘Questão Coimbrã’.

Após acabarem os seus estudos em Coimbra, os precursores dessa quezília, transportaram a senda de contestação e debate de ideias para Lisboa, onde em reuniões formais esgrimiam opiniões e atacavam a acção ou a falta dela, mormente no que dizia respeito às condições políticas, económicas e religiosas da sociedade portuguesa. Tentavam exortar ao debate e à tomada de consciência que pusesse fim ao sentimento de decadência como facto incontestável e explicado por três fenómenos: a transformação do catolicismo pelo Concílio de Trento que teria criado um espírito de indiferença para com a ciência e a atrofiava a consciência individual, a monarquia absoluta

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