Da literatura ao cinema

Da literatura ao cinema

Dês do expressionismo alemão, passando pelo cinema mudo e chegando aos blockbusters da atualidade, a literatura e o cinema se sobrepõem. Forma-se uma relação mútua entre as letras e o audiovisual. Se nos primórdios, o conceito de literatura para Aristóteles era a arte que imita pela palavra, hoje isso se difunde em demasia com a representação dada pelas obras audiovisuais. Juntas, elas se tornam uma forte comunicação que constrói o espectador.

A idealização romântica dos contos de fadas se assemelha muito às telenovelas, o fascínio frente às histórias de terror não é muito distante do que as crônicas policiais propõem (e já se sabe que os jornais e programas de televisão desse gênero são os de maior ressonância popular). As estruturas narrativas do melodrama, o humor negro, a construção de heróis e anti-heróis, os acontecimentos que não copiam mas transgridem a “ordem natural” das coisas, são outras tantas coincidências que fazem da cultura massiva a grande concorrente do folclore ( CANCLINI, 1997, p. 257)

E foi com esta ânsia de “incumbir-se da aventura, do folhetim, do mistério, da festa, do humor, toda uma zona malvista pela cultura culta” (FORD, 1988, p.37) que a mídia chega, incorporando a cultura hegemônica. Houve-se a reivindicação do popular, que queria seu espaço na representação escrita. Consequentemente teve a chamada “conscientização” a partir dos anos 60, que nada mais era do que um trabalho grandioso de divulgação da cultura. Cantores, cineastas, escritores, entre outros profissionais, foram os catalisadores desta divulgação, reunindo-se nos chamados CPCs (Centro Populares de Cultura) que tem seus ideais bem representados através do livro “Cultura posta em questão”, onde Ferreira Gullar escreveu que “a cultura popular é, em suma, a tomada de consciência da realidade brasileira [...]. É, antes de mais nada, consciência revolucionária” (GULLAR, 1980, p.84).

No final da mesma década, o Grupo Cine