literatura e cinema

Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Instituto de Letras
Departamento de Linguística, Filologia e Teoria Literária
Literatura Comparada
Profa. Cinara Pavani
2014/2

Natália Ribeiro Silva

Resenha do artigo “Literatura e Cinema: Pontos de Contato entre Dom Casmurro e Dom”, de
Linda Catarina Gualda

O texto de Linda Catarina Gualda pretende analisar o famoso livro Dom Casmurro de
Machado de Assis (1899) com o filme Dom, do diretor Moacyr Goés, de 2003. Como o nome do artigo já propõe, a autora analisa os pontos de contato (elementos que ambas as obras possuem em comum). A autora foca em três elementos principais: ambientação, foco narrativo e a mulher. O trabalho é feito deixando claro que deve se considerar que se está
“tomando a obra cinematográfica como uma tradução da obra literária, pois ambas são inteiramente independentes, mas, ao mesmo tempo, estão intimamente relacionadas”.
Na questão da ambientação –o espaço físico e geográfico em que a história acontece – as duas obras se situam no Rio de Janeiro (no filme, também há algumas partes em São Paulo) e as personagens são fortemente influenciadas pelo espaço. Na versão fílmica, Bento é um executivo independente e atarefado que reside na populosa São Paulo. Miguel é seu amigo de infância, carioca e descompromissado. Em outras palavras, é o oposto de Bento. Ana, por sua vez, é uma mulher “linda e perigosa” que mora no Rio, mas trabalha em São Paulo.
Posteriormente, ela se casa com Bento e vai morar em São Paulo, mas acaba ficando infeliz, a personagem anseia a liberdade. No filme, para consolidar a dualidade entre as duas cidades, o diretor opta por utilizar cores frias e clima nublado ao se referir a São Paulo, com o contraponto de cores quentes e tempo ensolarado no Rio de Janeiro. As cenas mais melancólicas do filme são ambientadas em São Paulo, ao passo que as que passam um sentimento de alegria são no Rio.
O foco narrativo da obra é a relatividade da verdade. No romance, a