A luta pelo espaço e a ditadura do varejo
RESUMO
A partir da estabilidade econômica ocorrida no país no começo dos anos 90 que viabilizou a entrada de grandes redes de varejo estrangeiras e conseqüentes fusões e concentrações, a indústria se viu obrigada a se submeter às duras regras ditadas pelo varejo. Desta forma, com o fim dos ganhos que provinham de uma inflação estrondosa, as gôndolas nos pontos de venda passaram a “valer ouro” para a indústria que, por sua vez, investe cada vez mais para garantir a visibilidade de seus produtos, principalmente, nas gôndolas do varejo com auto-serviço. A título de exemplo, esta guerra declarada entre indústria e varejo se mostra, com perfeição, no “manual do comprador” de uma grande multinacional do setor, no qual declara, entre outros absurdos, o vendedor o seu inimigo número um. Diante deste quadro de extrema insatisfação do setor industrial, uma possível alternativa vem sendo a pulverização do canal de vendas dos produtos, dando relativa importância, as“lojas da vizinhança”. Palavras-chave: Ditadura do Varejo, Espaço no Ponto de Venda.
1 INTRODUÇÃO
No texto “A Luta pelo Espaço” (1996) de Nelson Blecher, compreendemos, através dos dados apresentados, quão valiosos se tornaram os espaços nas gôndolas dos pontos de venda do varejo, principalmente no varejo de auto-serviço. Como complementação, entenderemos no texto seguinte “A Ditadura do Varejo” (2002) de mesma autoria, o que levou as indústrias a se tornarem tão poderosas, passando a impor regras ditatoriais de relacionamento com seus fornecedores.
Neste último, Nelson Blecher aborda uma abertura de caminho para o desatrelamento da indústria com seu principal canal de venda direta, o varejo estabelecido pelas grandes empresas, criadas a partir de fusões na década de 90.
Neste estudo, pretende-se estabelecer as razões para o varejo possuir estas características ditatoriais e a esclarecer as razões para a luta pelos valiosos