Trabalho didática

Em sua obra Geertz nos mostra vários aspectos do modo de vida do povo Balinês, concentrando-se em um de seus aspectos mais proeminentes – as brigas de galo. O autor nos conta tambem como foi seu primeiro contato com os balineses e como, por um golpe de sorte, conseguiu quebrar a barreira que o separava da vida social desse povo.
O autor inicia sua obra relatando a dificuldade de se aproximar da comunidade balinesa e de ter a abertura necessária ao estudo antropológico. Segundo Geertz, os balineses tratam as pessoas de “fora” da aldeia com uma grande indiferença, como se “não estivessem lá”. De fato, mesmo estando em meio à aldeia, eles não existiam para aquela comunidade, eram vistos como “não-pessoas”, meros espectros. Essa indiferença se dava de uma forma bem peculiar ao modo de ser balinês, pois segundo o autor era uma forma de indiferença “estudada”, quase proposital. Entretanto, assim como já havia ocorrido a outras pessoas de fora, esse comportamento de total indiferença pode ser alterado do dia pra noite, sem maiores explicações, e o estranho passa a ser percebido e recebido pelos balineses de forma alegre, sensível e simpática, embora muito controlada, comum ao modo de ser balines. Para o autor, o rompimento dessa barreira ocorreu em um episódio envolvendo a briga de galos, quando ao assistir à uma delas se viu obrigado à fugir de uma batida policial que surpreendera a todos - e como todos, correu apavorado em fuga. Talvez o fato de compartilhar do mesmo infortúnio (e ao mesmo modo, correndo deseperadamente), fez com isso se tranformasse em uma espécie de demonstração de solidariedade para os balineses. O fato é que, após o episódio, as portas daquela aldeia se abriram ao autor, e o acesso à sua vida coletiva se tornou muito mais amplo.
“De alguma forma você conseguiu cruzar uma fronteira de sombra moral ou metafísica, e embora não seja considerado exatamente como um balinês, você é pelo menos visto como ser humano em vez de uma nuvem ou de um sopro de