resenha critica terra brasilis
A partir da leitura do artigo “As Ações Portuguesas na Terra Brasilis”, do historiador Marcos Guimarães Sanches, podemos ter o conhecimento de uma Terra de Vera Cruz como trampolim português de reabastecimento das naus destinadas às missões ao Oriente, e que tinha necessidade de uma maior atenção da Coroa Portuguesa, pois era ameaçada pela forte predominância de ações privadas “de outras bandeiras” e de mercadores lusitanos externos ao monopólio português.
Entretanto, na introdução do artigo em questão, é apresentada a comemoração do Quinto Centenário do Descobrimento do Brasil, cita-se os “excessos festivos e apelos midiáticos” mas não se indica a cegueira social mediante tais festividades capazes de comemorar e consequentemente exaltar o colonialismo português em detrimento do nativo americano; o chamado “índio” –uma palavra por si só eurocêntrica, da mesma forma que o dito “descobrimento” do novo continente foi uma criação.
O autor questiona o que vem a ser o conceito de pré-colonização, pois é impróprio dizer que a colonização é o que se vê exclusivamente como um empreendimento territorial povoador -uma observação interessante- na qual ele fez uma digressão com base em elementos políticos, citando a ligação da Igreja Católica, a entidade que se diz distante das práticas expansionistas e subjugadoras das populações nativas por parte do colonizador português; coroando-os porém com seu apoio, aparentemente presente numa missão meramente evangelizadora.
Traço visível no artigo em questão são as citações de Capistrano de Abreu, um autor que dedicou parte considerável de seus escritos aos índios, porém, sem lançar mão de uma visão eurocêntrica. Tal visão eurocêntrica deste autor é visível na pág. 3 do artigo do historiador Marcos Sanches, quando vemos que nossa história -brasileira- tem seu início com os portugueses, excluindo deste modo a história indígena, melhor