Reflexões

Reflexão: A Negação da Morte, Sinônimo de Fracasso Ou Tabu Contemporâneo

Introdução

Os maiores mistérios pelos quais o ser humano busca encontrar respostas é sua própria existência no mundo e sua finitude. O homem para tentar compreender encontra nos conhecimentos científicos, filosóficos e religiosos, saberes que o levam as reflexões, mais ainda persiste a enorme dúvida quanto o não saber de onde venho, para onde vou. Porque a morte significa o evaporar, o sumir, o inexistir do ser. Na Psicanálise Freud, descreve em “Toti e Tabu” o desamparo, o medo que é inato a todos os seres humanos, fazendo parte do indivíduo desde o nascimento. Sobre essa dúvida atroz perseguindo a humanidade desde as suas origens escreve Morin (1976:180):

Mas coisa deveras notável, nunca, nas civilizações evoluídas, uma dessas concepções da morte triunfou por completo. Também em parte alguma a perseguição destruiu para sempre os germes da religião filosófica e do ateísmo, assim como também em parte alguma o ateísmo destruiu a religião de salvação. E isto porque cada uma destas concepções corresponde a uma necessidade fundamental do indivíduo humano e porque a contradição fundamental do indivíduo, entre a morte que a sua ‘alma’ e o seu ser recusam e a imortalidade que a sua inteligência repudia, não está resolvida.

A Construção psíquica tem capacidade de transformar percepção e experiências em fatos mentais que podem ser registrados, simbolizados, constituindo-se o pensamento, mas não tem condições de representar e pensar o não existente. Esse não existente só emerge através de sentimentos narcísicos demonstrando o desespero, a impotência frente a acontecimentos e mistérios da finitude.

O ser humano defronta-se com a idéia do deixar de ser, e a impossibilidade de representar esse nada é assustador. Consciência da impotência frente ao mistério da finitude. Demonstra um vazio que nada sabe sobre, nada podemos fazer. È essa ansiedade que nos