Portifole

Número 1 – Janeiro/Abril de 2010

Este Boletim tem como principal objetivo orientar o fonoaudiólogo do Estado do Rio de Janeiro sobre a doença auditiva de origem ocupacional. A doença auditiva provocada pelo processo de trabalho é, em geral, mais conhecida como Perda Auditiva Induzida por Ruído (Pair). Entretanto, sabe-se que, em muitos casos de adoecimento auditivo provocado pelo trabalho, estão associados outros agentes geradores de danos ao sistema auditivo, como é o caso de vibração, calor e substâncias químicas, embora muito comumente o risco físico seja o mais atribuído à perda. Seguindo esse conceito, em 2008 durante a II Oficina de Políticas Públicas de Promoção, Proteção e Recuperação da Saúde Auditiva do Trabalhador, realizada em parceria entre o serviço de Fonoaudiologia do Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP/Fiocruz) e o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador do Estado do Rio de Janeiro (Cerest/Cresat), foi proposta e aprovada a utilização da nomenclatura Perda Auditiva Relacionada ao Trabalho (Part). Muitos trabalhos publicados relatam ser a Pair uma das doenças relacionadas ao trabalho de maior prevalência. Entretanto, mesmo sendo a Pair de notificação compulsória, ou seja, obrigatória no Estado do Rio de Janeiro desde 2003, de acordo com a resolução da SES nº 2.075, e nacionalmente desde 2004, de acordo com a portaria GM/MS nº 777, não temos dados oficiais no Ministério da Saúde suficientes que sustentem esse argumento. Uma das hipóteses é o desconhecimento em torno do assunto. Dessa forma, pretende-se explorar através dessas páginas as questões que mais envolvem a perda auditiva relacionada ao trabalho.

O que é perda auditiva relacionada ao processo de trabalho?
Quando se estudam as perdas auditivas de origem ocupacional, deve-se levar em consideração a existência de outros agentes causais que não somente podem gerar perdas auditivas, independentemente de exposição ao ruído, como também os que podem