Por uma geografia nova

SANTOS, Milton. Por uma geografia nova. São Paulo: EDUSP, 2012.

Introdução

O problema é de discussão com a geografia, e não com o espaço. Busca-se descobrir o novo, não inventá-lo
Necessita estudar um totalidade, mas não por meio da própria totalidade. Uma disciplina tem uma epistemologia própria
A produção do espaço é produção da vida

OS FUNDADORES: PRETENSÕES CIENTÍFICAS

Nasce com fins políticos e orientada por uma ideologia, mais que uma filosofia
Ideologia
1. Adaptação das estruturas espaciais para garantir expansão capitalista nos países pobres escamoteamento do papel do Estado e das classes na organização do espaço
2. para uma nova sociedade (Reclus e Vallaux: regiões humanas são medida de seu poder, em substituição deformada da paisagem)

Colonização
La Blache - “tarefa da colonização, que constitui a glória de nossa época”
Demangeon - “nessa África Negra que ainda oferece à colonização europeia um campo maravilhoso...”

Determinismo (implícito ou explícito)
Ellen Semple
E. Huntington: “o calor excessivo debilita e o frio excessivo estupidifica”

Geografia cultural e os gêneros de vida
C. Sauer geografia humana – adaptação do homem ao meio físico geografia cultural – elementos da cultura material que caracterizam uma área geografia “ecologia do homem” [ligação com Escola de Chicago] [Sorre também]
M. Santos: “E esta, se não entrarmos em detalhes, é apenas uma Geografia Regional vestida à americana” [área cultural = região]

Gênero de vida La Blache – por meio de técnicas confundidas com uma cultura local que o homem entra em relação com a natureza Sorre – conceito não aplicável no mundo moderno onde os grupos humanos agem por impulsos vindos do exterior [Ratzel já falava disso no desenvolvimento dos Estados] Não foi ouvido. Os conceitos tradicionais da geografia só reaparecem com nova roupagem. Assim todas as interpretações caem no perigo determinista. Noção de tempo – articulação explicação ecológica e histórica Hettner – ciência