Nobreza e areté
Vimos que a formação do homem grego envolve aquela ideia do Homem ideal, a obsessão pela excelência em todos os campos. O que é fundamental é a beleza, sendo mais belo aquilo que corresponde com maior proximidade aos ideais, sendo algo superior ou inferior na medida em que se aproxima ou que se afasta deles.
Os Gregos não conheciam a ideia de igualdade entre os homens. Isso soaria até mesmo ridículo. As coisas e as pessoas não são iguais. Uns são mais fortes, outros mais inteligentes, etc e isso é facilmente observado, basta olhar para os lados. Parece então natural que esse pensamento tenha nascido no seio de uma sociedade aristocrática, hierarquizada.
Aristocracia. Hierarquia. Superioridade e inferioridade medida pela arete de um indivíduo. Arete foi um conceito que sofreu mudanças ao longo do tempo. Nos tempos de Homero, significava sobretudo uma força, uma capacidade. Vigor e saúde são a arete do corpo; sagacidade e penetração, a arete do espírito. Mais tarde, o conceito foi ampliado para incluir atributos morais ou outras excelências que não a força intrépida.
“(…) o homem comum não tem arete e, se o escravo descende por acaso de uma família de alta estirpe, Zeus tira-lhe metade da arete e ele deixa de ser quem era antes. (…) Arete é um atributo próprio da nobreza. Os Gregos sempre consideraram a destreza e a força incomuns como base indiscutível de qualquer posição dominante. Senhorio e arete estavam inseparavelmente unidos. (…) Para a mentalidade grega, que avaliava o Homem pelas suas aptidões, era natural encarar o mundo em geral sob o mesmo ponto de vista.”
A nobreza helênica possuía aquele traço comum de se portar de maneira distinta dos homens comuns, com hábitos, gestos e etc. Isso fazia parte da formação dos nobres. Mas