Minustah - a participação brasileira no haiti

Suhayla Mohamed Khalil Viana

Dossiê Temático

a minustah e participação brasileira
Suhayla Mohamed khalil Viana1
Palavras-chave: Missão de Paz, ONU, Haiti.
Resumo: O objetivo deste artigo é debater as questões relativas à Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (MINUSTAH), principalmente no que diz respeito à participação brasileira. Iniciaremos com um breve histórico dos acontecimentos políticos que antecederam a instauração dessa Missão de Paz no Haiti, a fim de entendermos os aspectos sociais e políticos que envolvem a sociedade haitiana e determinam o modo de operação da MINUSTAH. Na sequência, abordaremos temas internos à própria Missão, tais como a forma como se deu sua instauração e os objetivos a serem atingidos. Traçaremos ainda uma ordem cronológica das missões de paz das Nações Unidas anteriores. Por último, trataremos da participação e liderança brasileira, enfocando os fatores que motivaram o
Brasil a integrar a Missão e a forma como esta está sendo implementada pelos militares brasileiros.

1. Graduada em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, possui Especialização em Relações Internacionais pela Universidade Cândido Mendes e atualmente é mestranda em Estudos Estratégicos da Segurança e da Defesa pela Universidade Federal Fluminense.
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Revista Senso Comum, nº 1, 2009, p. 22-37

A Minustah e a participação brasileira

Tendo sido a primeira colônia da América Latina a conquistar sua independência, em 1º de janeiro de 1804, o Haiti até hoje não possui um Estado suficientemente forte capaz de proporcionar as mínimas condições de desenvolvimento à sua população. Pelo contrário, vem sendo dominado historicamente por um cenário de instabilidade política e por governos ditatoriais, que se alternam no poder por meio de golpes e que costumam promover ferrenha represália a seus opositores, o que culmina, quase sempre, em um grande número de
haitianos