Leitura e os sentidos do texto

LEITURA E OS SENTIDOS DO TEXTO

Em sua obra Política, Aristóteles (384 a.C.) afirma que, “somente o homem é um animal político”, já que a espécie Homo Sapiens Sapiens é a única que possui a Palavra (polos), enquanto os outros animais detêm apenas a Voz (phone).
Graças a essa característica exclusiva, a raça humana é racional, capaz de viver em sociedade, fazendo uso de valores políticos, crenças religiosas, estudos e descobertas científicas e, acima de tudo, uma complexa inter-relação entre os indivíduos, que não seria possível sem o uso da língua e das linguagens.
A linguagem compreende todos os mecanismos dos quais usamos para nos comunicarmos, que são divididos em dois segmentos: não verbais (gestos, imagens, mímicas, desenhos) e os verbais: a fala e a escrita.
Desde pequenininhos, quando ingressamos no jardim da infância, nosso primeiro desafio é a alfabetização, aprender a ler e escrever. Conforme os anos passam, o conhecimento lexical de cada um aumenta, assim como as noções sobre a língua-mãe e suas regras gramaticais. Desta forma, o nível de exigência em relação as nossas habilidades de escrita e compreensão textual se torna cada vez mais alto, tal como a necessidade de entender o mundo a nossa volta.
Para Koch e Travaglia (1997,p.61): “O conhecimento de mundo é visto como uma espécie de dicionário enciclopédico do mundo e da cultura arquivado na memória.”
A compreensão de textos vai muito além de saber ler ou conhecer o significado das palavras, mas ainda, o de conseguir captar as ideias que o emissor desejou transmitir aos interlocutores. Esta é a chamada relação AUTOR-TEXTO-LEITOR.
Saber desvendar o real sentido por trás das palavras de um autor não é tarefa fácil. Deve-se primeiramente fazer uma leitura atenta e, é claro, provida de um amplo repertório linguístico. Em seguida, o leitor precisa se aproximar da realidade que o texto apresenta, levando em conta o assunto abordado, a época em que foi escrito, o estilo de estrutura, circunstâncias