Sempre uma discussão polêmica, há inúmeros grupos sociais discutindo ou debatendo este tema, sem que ninguém tenha a razão total de suas colocações. Por quê?
Simples, porque é uma discussão ou um debate interminável, tal qual o debate religioso ou esportivo. A idéia de estatizar (tornar controlável pelas mãos do Estado) ou de privatizar(controle pela área privada) depende mais do momento econômico e do tipo de governo que rege à esfera pública ou ao que ela assim pretende.
Muitos pensam que o Estado forte, com suas áreas e projetos sob o total controle governamental, é a garantia que os serviços públicos ainda serão melhores ofertados, bem como as regras do mercado serão reguladas de acordo com a legislação oficial, fiscalizadada maneira mais coerente, possível.
Outros tantos acham que entregar os serviços públicos à privatização, é o mesmo que modernizar a vida em sociedade, agilizando a oferta das demandas e serviços e eliminando a mão pesada e política dos governos. Isso, em suma, claro. Porém, o que chama a atenção das correntes que defendem essa idéia, é a noção de que os serviços essenciais devem sim seremcontrolados pelo Estado, o que torna um pouco frágil o argumento de que a agilidade depende apenas da vontade reguladora dos mercados.
Há nações que estatizaram os serviços oferecidos à população e se viram afundadas em crises econômicas gigantescas, assim como existem àquelas que privatizaram quase todos os seus serviços e vêem a população refém de cobranças e taxas de todos os tipos, bemcomo torna o próprio Estado vítima de cobranças impróprias, causadoras de dilemas e embates jurídicos de grandes proporções.
O ideal, como em tudo na vida, é um equilíbrio entre um modelo e outro. Vejamos os exemplos mais recentes. Nos Estados Unidos, o maior país capitalista do mundo, quem salvou os bancos privados? O Banco Central daquela nação, injetando bilhões de dólares e salvando asinstituições privadas da falência e a sociedade de uma situação de desemprego em massa. Isso ocorreu também na Europa, em especial na Grécia, onde vários Bancos Centrais sob o controle de Estado, ajudaram a salvar a economia daquele país.
O outro lado da moeda está escancarado em paises como Cuba e Venezuela, por exemplo, onde o Estado manda além de sua estrutura, e desfaz o funcional, ouseja, estanca a economia local, deixando sua população à margem da pobreza e demais mazelas sociais. Este é sim um ponto de vista simplista, mas realista.
E há o equilíbrio, isto é, onde os modelos andam na mesma direção e fazem o Estado funcionar. As redes públicas de saúde, educação e segurança funcionam de acordo com as respectivas regras sociais, e as transações comerciais privadas e deserviços não essenciais, produzem riqueza e sustentam a idéia de desenvolvimento.
Nos voltemos ao Brasil, onde há 27 Estados que são, em verdade, verdadeiros micro-países, com culturas e regras próprias, com empresas de todos os tipos e mercados, e com vastas redes de empresas estatais, coordenando e regulando o mercado. Neste caso, em especial, as mazelas são produzidas pelo modo degovernar do país, pelas trocas de favores entre os partidos políticos dominantes, ora de situação e por ventura na oposição. Temos excelentes escolas e universidades públicas, e privadas. Maravilhosos hospitais e laboratórios públicos, e privados. Milionários bancos e fundos de pensões públicos, e privados. E assim por diante. Mas as regras são ditadas pelo Estado. Em todas as esferas regulamentadoras. Eainda assim convivemos com as piores espécies de serviços públicos, e privados.
O certo é que um não vive sem o outro. Mas, o mais certo, é que, por mais livre que seja um mercado, mais rico, moderno e ágil, ele sempre precisará do Estado por perto, para lhe dar proteção e segurança, e para dizer o que pode ou não ser feito. Empresas foram criadas para lucrarem, mas também devem ter o...