Economia

352 palavras 2 páginas
O papel do financiamento externo

A importância do financiamento externo para a economia brasileira durante o período de crescimento acelerado após 1968 foi decisiva. A crise dos anos 80, que ocorreu em um contexto de exaustão desse padrão de financiamento, resultou, em larga medida, dessa ruptura. Ao examinarmos de forma mais detalhada a questão neste item, procuraremos inicialmente construir as razões e os mecanismos desse endividamento, e seu posterior estancamento, para analisar, em seguida, as várias dimensões do financiamento doméstico.
A justificativa para a formação e expansão da dívida externa brasileira só pode ser encontrada na esfera das relações financeiras do país com o resto do mundo, pois não foi determinada integralmente pelo hiato de recursos reais. Isso pode ser comprovado pelo significativo aumento das reservas internacionais, ou seja, poder de compra não utilizado, ao longo dos anos 70.
Há dois aspectos relevantes nessas relações financeiras : o primeiro, como já vimos, é externo e diz respeito a grande ampliação da liquidez internacional no período, especialmente pelo euromercado. O outro é doméstico e se refere a combinação do crescimento econômico com a atrofia do sistema financeiro local, incapaz de atender a demanda crescente de crédito de longo prazo, por essa razão desviada em grande parte para os financiamentos externos.
A rigor, a utilização excessiva de financiamentos externos só pode ser entendida pela conjunção de interesses entre o capital bancário internacional e o doméstico, como sugere Zini Junior (1982). As operações de endividamento proporcionavam a esses segmentos lucros elevados, ao mesmo tempo em que dispensavam o setor financeiro doméstico de construir uma base de captação de recursos de longo prazo. O desvio de parcela expressiva da demanda de crédito para o exterior constituiu, assim, a linha de menor resistência buscada pelo sistema financeiro que, para isso, contou com o aval da política econômica.
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