Condutas fundamentadas em evidências e a atuação do farmacêutico
Condutas fundamentadas em evidências e a atuação do farmacêutico
Rogério Hoefler e Elios Jayme Monteiro Salgues
Os tratamentos devem ser oferecidos não porque eles deveriam funcionar, mas porque de fato funcionam.
L.H. Opie18
Introdução
A prática clínica sem a fundamentação da evidên‑ cia externa corre o risco de tornar‑se desatualizada e não‑racional, em detrimento dos pacientes. Não se ad‑ mite mais a antiga afirmação “na prática, a teoria não funciona”, pois que a “teoria” está, na atualidade, sen‑ do construída e avaliada para possibilitar condutas ade‑ quadas que beneficiem os pacientes a elas submetidos.
Porém, o conservadorismo e o comodismo fazem com que perdurem práticas estabelecidas, mesmo que estas sejam, comprovadamente, ineficazes ou prejudiciais.1
Frequentemente, o farmacêutico é consultado por outros profissionais da saúde para dar assistência no cuidado de um paciente individual; além disso, nor‑ malmente, ocupa posições de decisão na elaboração de listas de medicamentos para uso em muitos pacientes, como é o caso das comissões de farmácia e terapêu‑ tica.2 Para cumprir tais funções, o farmacêutico, além de formação apropriada, precisa recorrer a fontes de informação sobre medicamentos e terapêutica. Logo, a qualidade dessas fontes pode influenciar o cuidado e, consequentemente, o modo como os medicamentos são utilizados.3,4
Dessa forma, o farmacêutico deve ser cuidadoso e crítico em relação à literatura, ao invés de simplesmen‑ te aceitar passivamente as conclusões dos autores.2
Em edições anteriores deste boletim,3,4 foram discu‑ tidas e apresentadas diversas fontes de informações so‑ bre medicamentos, previamente avaliadas, que podem ser úteis no dia‑a‑dia dos profissionais da saúde. Nesta edição, abordaremos as condutas fundamentadas em
evidências, como suporte aos profissionais da saúde, em especial o farmacêutico, para a seleção e o uso ra‑ cional de