Bordieu

5068 palavras 21 páginas
A eternização do arbitrário cultural masculino: apontamentos sobre a obra A Dominação Masculina de Pierre Bourdieu
Por Felipe Gustavo Koch Buttelli* Leitura de:
BOURDIEU, Pierre. A Dominação Masculina. 5. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007. Do original La Domination Masculine, 1998. Introdução
A obra A Dominação Masculina é certamente uma das mais conhecidas de Pierre Bourdieu. Baseada em sua pesquisa etnográfica entre os Cabilas do norte da África, sua atenção não pôde deixar de concentrar-se nas relações de gênero. Segundo o próprio autor, sua suspeita é de que aquela tradição carrega intensamente o que poderia se chamar de inconsciente das sociedades mediterrâneas. Ainda que também neste contexto a diversidade cultural, típica da era da globalização, e os processos de modernização tenham deixado suas marcas, para Bourdieu, é possível encontrar muitas explicações sobre o inconsciente – já um tanto camuflado – das sociedades da Europa Central e, por conseqüência da sua história colonizadora, de boa parte da sociedade ocidental.
Os resultados desta pesquisa serviram de base para diversas obras de Bourdieu. Embora fosse tema recorrente em sua pesquisa na Cabilia, a dominação masculina, até 1998, só havia sido tangenciada por artigos pequenos. No entanto, esta sua reflexão – ainda que rápida e incompleta – contribuiu bastante para a discussão que se desenvolveu desde os anos 60, sobretudo na ordem do movimento feminista. Bourdieu teve ampla receptividade, tanto que alguns conceitos que apresentava para descrever o processo de dominação masculina tornaram-se senso comum, tais como habitus, incorporação da dominação, etc. Suas teses foram logo bastante questionadas e criticadas, principalmente pelo seu caráter supostamente determinista. Também a compreensão de Bourdieu sobre a ineficácia do trabalho de conscientização foi rechaçada.
Não pudera ser diferente. A reflexão feminista era (e ainda é) fortemente engajada e o conceito de conscientização

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