A Imaginação Sociológica - Mills (resenha)

A IMAGINAÇÃO SOCIOLÓGICA – WRIGHT MILLS(pp.9-32) -FICHAMENTO-

O texto de Mills preocupa-se,logo no início, em conduzir uma reflexão acerca “limitação pelas órbitas privadas” em que vivemos,observando o homem moderno como um mero repetidor de atitudes e pensamentos,seguindo,em tudo, as ideias ,as concepções,as tendências de vida que regem o seu momento histórico. Seja no trabalho,igreja,escola,nas diferentes atividades , o moderno homem do século XXI,tão levado pela sua vaidade e ambição financeira - continua o autor – “não dispõe da qualidade intelectual básica para sentir o jogo que se processa entre (...) o eu e o mundo”.

Mills ainda observa que essa vivência limitada e cíclica é típica daqueles que são incapazes de questionar suas estruturas de vida,incapazes de usar a informação de forma a abstrair sua significação literal,enxergando os horizontes que lhe demilitam e explicam,o que acontece no mundo e dentre de eles mesmos.Além disso, o texto,com pragmatismo, atribui todas essas características àqueles que não possuem a “imaginação sociológica”,pois todo aquele que a possui,se distingue dos demais ,simplesmente,ou não tão simplesmente assim,por possuir as habilidades supracitadas e ,por fim, adquirem uma consciência verdadeira sobre o seu meio. O autor reitera:”é a capacidade de ir das mais impessoais e remotas transformações para as características mais íntimas do ser humano e ver as relações entre as duas”.

A respeito da funcionalidade e dos efeitos - colaterais – que o uso da “imaginação sociológica” permite, o texto compara:”é como se subitamente acordassem numa casa que apenas aparentemente conheciam”. Com efeito, o uso dessa imaginação deve estar atento não somente às questões de natureza individual,delimitadas às vivencias empíricas de mundo de cada indivíduo,mas, estar atenta para aos grandes assuntos públicos,às grandes rodas de discurssão,redimensionando a importância do homem do seu século,não como um produto do meio,mas como um ser