Monet

3- As obras de Monet

Na juventude, Monet elaborou uma técnica ágil que lhe permitia captar no próprio local uma imagem que não poderia durar mais que alguns instantes; mais tarde,desenvolveu uma outra técnica, capaz de registrar e de concretizar as impressões, não apenas no espaço plano e superficial da percepção, mas sim percorrendo uma trajetória de momentos memoráveis. Ele trabalhava com pinceladas extremamente livres, flexíveis e variadas, algumas largas e compridas, outras fragmentadas e cintilantes, e ainda outras que apenas arranhavam a superfície já pintada, criando um efeito quebradiço.
Depois de viajar muito em busca de temas, Monet fez de Giverny seu universo. E foi em seus jardins que se transformou num dos precursores da pintura comtemporânea. Foi lá que seu gênio se expandiu sem limites, nessa época, por volta de 1920, as formas de Monet passaram a se apresentar cada vez mais diluídas, liquefeitas e as tintas se densificam no suporte: Com pincéis que se tornaram mágicos em suas mãos, ele apenas sugeria formas, como que metaforicamente, e foi ainda mais longe: Em seus últimos trabalhos, o olho criador de Monet passou a transfigurar a realidade com prodigiosa imaginação, abrindo as portas do Abstracionismo. Nesse momento, para ele, o objeto de sua pintura já não seria a luz e sombra, mas a própria pintura situada na luz e na sombra, e assim, no final de sua vida, Monet faria desaparecer o objeto do quadro.
Em sua arte, Monet foi, portanto, muito além da estética impressionista, fazendo da imagem recebida pelo olho no presente apenas um ponto de partida,embora também buscasse a objetividade, Monet jamais foi impessoal. Sua arte não consistia em apenas observar e registrar, mas em encontrar o equivalente pictórico para as infinitas variações da luz, da atmosfera, dos climas psicológicos. Sua grande série de ninfeias, em particular, é o produto não apenas de um olho excepcionalmente arguto e de um pincel, mas também de um espírito dotado de poderosa