Mito e Fe

Para Danilo Marcondes, o pensamento mítico consiste em uma forma no qual um povo explica aspectos essenciais da realidade em que vivem, a origem do mundo, o funcionamento da natureza e dos processos naturais e as origens deste povo, bem como seus valores básicos. O mito caracteriza-se, sobretudo, pelo modo como estas explicações são dadas, ou seja, pelo tipo de discurso que constitui. O próprio termo grego mythos significa um tipo bastante especial de discurso, o discurso ficcional ou imaginário sendo por vezes até mesmo sinônimo de mentira.
O mito tem sua transmissão basicamente de forma oral, proferido para ouvintes que recebiam a narrativa como verdadeira porque confiavam naquele que narrava e muitas vezes essa confiança no narrador dava-se porque o transmissor testemunhou diretamente o que está narrando ou recebeu o mito de quem testemunhou os acontecimentos narrados.
Um dos objetivos do mito era propagar conhecimento e justificar fatos que a ciência ainda não havia explicado, como por exemplo: a origem do mundo, dos homens, das doenças, dos animais, dos objetos, das práticas da medicina, da caça, da pesca, entre outros, amor, ódio, mentira, enfim, qualquer coisa fantasiosa que seja.
Mito muitas vezes é utilizado de forma pejorativa para de referir a crenças, por não terem fundamento científico e serem em alguns momentos, histórias de um universo fantasioso. Em dados momentos, por adquirirem uma carga simbólica, para determinadas culturas, acontecimentos históricos podem se transformar em lendas e serem erroneamente chamadas de mito; mas não podemos confundir mito com lenda, pois lenda pode ser uma pessoa ou algo real, já um mito é um personagem criado.
O mito existe em todos os tempos e culturas como componente de compreensão da realidade, não apenas em povos primitivos. De acordo com o mestre em ciências da religião J. Lima, o mito é uma linguagem apropriada para a religião, isso não significa que a religião, tampouco o mito, conte uma história falsa,