Lilia Schwarcz

495 palavras 2 páginas
Lilia Schwarcz inicia falando sobre como o recém-descoberto Novo Mundo era visto pelos europeus. Enquanto para o europeu fazia uma analogia da natureza do Novo Mundo com o Éden, o paraíso; as fantasias sobre os nativos aproximavam-se de um antiparaíso e até do inferno. Essa humanidade diversa, que lembrava o negro dos escravos africanos e o amarelo dos povos indígenas, um povo ‘sem fé, nem lei, nem rei’ e que por suas práticas: canibalismo, feitiçaria, lascívia; deviam ser condenados, escravizados.
Porém outras vertentes de pensamento encontraram o contraponto positivo ao mau selvagem bárbaro e animalesco. Montaigne em seu ensaio ‘Canibais’ afirma:’ (...) não vejo nada de bárbaro ou selvagem no que dizem daqueles povos; e, na verdade, cada qual considera bárbaro o que não pratica em sua terra...(...). ‘
No sec 19 paralela à prática escravista, buscava-se uma justificação científica para o escravismo e a discriminação, junto à ideia de um branqueamento a fim de ‘elevar a capacidade de desenvolvimento social e econômico neste país.’ Ainda havia o temor da mestiçagem, pois implicava admitir a existência de futuro para uma nação de raças mistas como a nosso, já que o conjunto dos modelos evolucionistas não só elogiavam o progresso e a civilização como concluíam que a mistura de raças heterogêneas era sempre um erro, e levava à degeneração não só do indivíduo como de toda a coletividade.
No seu livro Casa Grande & Senzala, Gilberto Freyre traria formalmente uma superação das visões racistas da história construindo uma interpretação que apresentava o caráter mestiço da sociedade brasileira como algo singular e fazendo com que a miscigenação parecesse sinônimo de tolerância.
A partir dos anos de 1870 tendo por base uma ciência positiva e determinista passou-se a divulgar teorias raciais. E explicar com objetividade –a partir da frenologia, isto é , da mensuração de cérebros e da aferição das características físicas- uma suposta diferença entre os seres humanos.

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