gestao vendas 2
Otávio Cabral
“Os manifestantes têm razão”
O governador de Minas Gerais diz que a burocracia e o excesso de controle travam a máquina pública e impedem governantes de entregar serviços de qualidade à população
A
política ainda é um território relativamente novo para Antonio Anastasia. Até 2003, ele era um técnico
— e dos bons. Como secretário do governo de Aécio Neves, coordenou a implantação de um conjunto de medidas destinado a cortar despesas e otimizar o funcionamento da máquina pública em
Minas. O sucesso do projeto alçou-o a vice em 2006 e a sucessor de Aécio em
2010. Em junho, na onda de protestos que tomou o Brasil, Belo Horizonte foi cenário de manifestações violentas. A elas, Anastasia respondeu com a redução do número de secretarias e o corte de
1 bilhão de reais em despesas. O governador parte da lógica de que, quanto mais o governo diminuir o peso de sua máquina, mais poderá fazer pela população.
Choque de gestão, para ele, pode não dar votos, mas dá resultado.
ΩHá uma indignação
clara e justificável com a qualidade dos serviços públicos no Brasil. Tirando algumas ilhas de excelência, não há nada no país que seja de padrão Fifa√
O que as manifestações de junho ensinaram aos governantes? Que eles preci-
sam admitir que não entregam um produto de qualidade aos seus cidadãos e rever seus padrões, metas e prioridades. A indignação com a qualidade dos serviços públicos é clara e justificável.
Tirando algumas ilhas de excelência, não há nada no Brasil de padrão Fifa.
Os manifestantes têm razão. Fomos desafiados a apresentar novas alternativas e prestar melhores serviços.
o número de secretarias e de cargos de confiança. Os governos têm de entender que é preciso cortar os meios para manter os fins. A máquina pública brasileira é muito pesada. O entendimento deveria ser o de que, quanto mais o governo diminuir o tamanho de sua estrutura, mais poderá fazer pelo cidadão.
Mas o ritmo das mudanças parece não satisfazer as