Fracasso Escolar

Desenvolvimento

Desde cedo, como todo ser humano, experimentamos o sucesso e o fracasso independente de nossa raça, cor, gênero ou classe social. Várias são as razões atribuídas a este resultado, ainda que muitas dessas desvencilham-se do real motivo. Quando trata-se do fracasso escolar, tema abordado em nosso trabalho, torna-se ainda mais familiar, uma vez que é neste ambiente que seremos inseridas: a escola.
Mas o que seria o “fracasso escolar”? Por definição, fracasso trata-se da condição de não atingir um objetivo desejado ou pretendido e, junto com o termo “escolar”, vincula-se a diversas questões como: reprovação, indisciplina, evasão, desinteresse e insucesso. As causas são diversas, dentre elas, a precária situação do ensino público – e, como referido no texto de Maria Helena Souza Patto “A produção do fracasso escolar”, há algumas escolas que “não se preocupam com as técnicas de ensino e não despertam o interesse da criança”. Outro problema citado no texto, a princípio na década de 80 mas que continua recorrente nos dias atuais, é a diferença e os problemas sociais, onde as crianças passam por dificuldades em relação à família e que então “são incompatíveis com o desenvolvimento escolar bem sucedido”.
Pegamos como exemplo Ângela, uma jovem estudante que foi caso de estudo no texto de Patto. Ângela é a filha mais velha entre seus cinco irmãos e, durante seu processo de inclusão no ambiente escolar, sofreu pressão de ambos os lados: por parte da instituição e por parte de sua família. Em casa, havia uma certa inversão de papéis: Ângela era a dona de casa e Cícera, sua mãe, aquela que ainda esperava um dia poder aprender a ler e escrever. À Ângela, cabia ajudar sua mãe nos afazeres domésticos: lavar a louça, fazer faxina, cuidar dos irmãos, às vezes cozinhar e lavar roupa, tudo com muita competência e seriedade. A pesquisadora observou que tinha impressão de estar diante de uma pequena adulta quando a via executando os trabalhos domésticos.