Currículo e complexidade
CAPÍTULO I - REVISÃO DA LITERATURA
“Se a fragmentação representa a forma de organização que impera neste momento em nossa sociedade pósmoderna, a interdisciplinaridade pode ser encarada como uma nova forma – extremamente interessante e muito mais criativa – de institucionalizar a produção do conhecimento nas escolas, nos currículos, nos espaços da pesquisa. A pluralidade dos saberes parece ser o caminho mais inteligente para pensar o mundo e para sentir, viver e compreender a complexidade da realidade nestes tempos multifacetados de globalização, conflitos armados, ataques terroristas, corrupção nas esferas de poder, desigualdades sociais e riscos ambientais de conseqüências terríveis.”
(Coleção cadernos de eja/Ministério da educação)
Este capítulo discute a complexidade e a fragmentação do conhecimento e suas implicações no currículo escolar, sobretudo, na dinâmica curricular abordando quatro eixos: O primeiro eixo aborda condições para o surgimento da ciência moderna e sua atuação no processo de fragmentação do conhecimento, acentuando alguns acontecimentos históricos como o Humanismo, Renascimento, Racionalismo, o Iluminismo e o Positivismo de Comte. O tratamento dado aqui à ciência moderna entrelaça-se ao conceito de
modernidade. Isso porque segundo alguns autores (PORTO, 2009; MORIN, 2008; REALE & ANTISERI, 2003 ; PEREIRA, 2002; DOMINGUES, 1991) esses dois acontecimentos apresentam uma longa história, iniciada no século XVII, sendo fortemente marcado no século XIX com o positivismo. Doravante, a modernidade e a ciência moderna possuem raízes anteriores ao século XVII. A filosofia da especialização de Frederick Winslow Taylor e de Henry Ford foi considerada pertinente à questão da complexidade e da fragmentação do conhecimento. Desta forma, foi incluída na discussão ainda que resumida, caracterizando o segundo eixo. Já o terceiro eixo aborda de forma objetiva a fragmentação da cultura escolar, mostrando como esta foi influenciada pela