Afrodescendente
Junho/2010
Introdução
Este trabalho tem a finalidade de refletir sobre o processo de construção da inserção do afro-descendente no mercado de trabalho, menciona os conceitos ligados a discriminação racial no ambiente organizacional.
A sociedade brasileira apresenta profundas diferenças entre a população afro-descendente dos demais grupos.
Desenvolvimento
A prática cotidiana do preconceito étnico está presente no mundo do trabalho desde a contratação até a ocupação de cargos por pretos e não pretos nas organizações. As oportunidades de ascensão profissional são reconhecidamente menores para os profissionais de pele de cor preta.
É comum, em algumas empresas brasileiras, o tratamento da diversidade racial através da prática do "racismo cordial", que, ao ser incorporado à cultura organizacional se revela por meio de piadas, ofensas indiretas e apelidos pejorativos que, dirigidos aos afro-descendentes, procuram afirmar a existência de uma "democracia racial", mas acabam reproduzindo estereótipos e reforçando o preconceito e a discriminação. Algumas expressões populares, utilizadas de forma preconceituosa também procuram diferenciar o trabalho de negros e não-negros. Desta forma, a expressão "serviço de branco, serviço de preto" demonstra que, no imaginário da população, o trabalho de um branco é qualificado, limpo e bem feito. O trabalho do negro é desqualificado, sujo e malfeito.
No Brasil, dados oficiais sobre indicadores do mercado revelam que, para os pretos, as taxas de desemprego são mais elevadas. Mostram também que homens e mulheres na cor preta recebem rendimentos inferiores quando comparados aos dos não pretos. Informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) relativas a 2001 mostram que, entre a população que vive com até meio salário mínimo de rendimento familiar per capita, apenas 34,8% dos entrevistados se declararam brancos, enquanto 64,9% se