A diplomacia financeira do brasil no império

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A diplomacia financeira do Brasil no Império

O financiamento externo do Estado
A falta de recursos em divisas fortes sempre constituiu um dos grandes problemas econômicos do Brasil, praticamente desde sua emergência enquanto nação autônoma. “País sem capitais, o Brasil [imperial] estava forçosamente destinado a ser um país vivendo financeiramente de empréstimos” (Lima, 1986:157). De fato, confrontado à penúria de capitais para a construção do novo Estado independente, o Governo imperial contraiu inúmeros empréstimos ao longo do século XIX, sendo três no Primeiro Reinado, um durante as regências e treze durante o Segundo Reinado, num total de 17 operações externas, ou seja, uma a cada quatro anos aproximadamente. A quase totalidade desses empréstimos foi, sob instruções das autoridades fazendárias, negociada pelos diplomatas brasileiros lotados em Londres junto a banqueiros privados da City, com ênfase para a Casa Nathan Mayer Rothschild e irmãos. Não foi incomum o pagamento de comissões sobre os empréstimos, muitas vezes em caráter informal, outras oficialmente, a esses diplomatas temporariamente convertidos em “agentes da Fazenda nacional”, prática julgada moralmente aceitável, senão tolerada como inevitável. Ela foi em diversas ocasiões justificada em virtude dos trabalhos de preparação, escrituração e registro dos vários papéis envolvidos em cada operação financeira.
Os contratos da dívida pública externa do Brasil implicavam a emissão de títulos com desconto imediato em relação a seu valor de face — daí a designação de “tipo 75”, “tipo 85”, “95” etc., ou seja, deságios de 5 a 15% em média, tendo havido mesmo, em 1829, um empréstimo a 52%, declarado “ruinoso” — o que resultava, evidentemente, em entradas efetivas de recursos em divisas substancialmente menores do que aquelas registradas a título de valor nominal; dois contratos, surpreendentemente, foram feitos a 100% de seu valor real, mas, longe de representar uma situação excepcionalmente positiva

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