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“O BEM AMADO” adaptado da obra de Dias Gomes e do filme de Guel Arraes escrito por
Diego Oliveira
Mariana Silva
Nathalia Costa
Ricardo Bulhões
Samuel Pedreira
Vitor Torga
PERSONAGENS:
Odorico Paraguaçu
Dorótea
Judicéa
Dulcinéa
Neco Pedreira
Dirceu Borboleta
Zeca Diabo
Ernesto
AÇÃO: Sucupira, pequena cidade do litoral baiano.

PRIMEIRO QUADRO Todos os personagens, exceto Zeca Diabo, Ernesto e Odorico, e alguns figurantes estão no cemitério de Santana com ar triste e cabisbaixo. Após poucos segundos o caixão é carregado por mais figurantes de trás da plateia até o palco tocando a Marcha Fúnebre. Quando se aproximam do palco entra Odorico na esquerda e a luz se foca nele.
ODORICO
(exausto, quase agonizante)
TRÊS LÉGUAS! TRÊS LÉGUAS! O silêncio se quebra. Todos olham para Odorico. Os carregadores do caixão passam diretamente e deixam o palco. Ele se recompõe rapidamente com a ajuda das Cajazeiras.
ODORICO
Perdão. Não pretendia arruinar a cerimônia. (se desfaz da ajuda das Cajazeiras e demonstra seu tom de importância) Mas é na verdade uma vergonha desenvergonhá-velmenente vergonhosa (as Cajazeiras o abanam com seus leques) que a nossa maravilhosa cidade, não tenha ao menos um cemitério para dar aos seus mortos à homenagem que eles merecem.
JUJU
Nós...
DULCINÉA
Também...
DOROTÉA
Achamos.
CAJAZEIRAS
(apaixonadamente) Senhor Prefeito.
ODORICO
Eu acredito no poder do povo, ou seja, no poder de vocês! E vou acreditar ainda mais no poder que vocês têm. E com a triste morte do Coronel Augusto Lidário, nosso antigo prefeito, vocês devem tomar a decisão de quem deverá sucedê-lo neste Camargo fundamentalício para nossa cidade. O único erro do Coronel se concretizou após sua partida, pelas mãos do terrível cangaceiro Zeca Diabo (esse nome causa pavor a multidão), que está sendo procurado, e esse erro reflete a gerações nossa a vergonha.
ODORICO
Lanço agora minha oficial candidatura ao cargo de prefeito,