Trabalho

Entrei no quarto de minha amiga. Cheio de pôsteres, papel de parede, computador, roupas jogadas pelo quarto e uma pequena janela, com vista para o mar e uma triste parede preta, que não tinha nada além de uma foto de sua falecida mãe e uma foto rasgada de seu ex-namorado, médico, que morreu num acidente de moto. Parecia um quarto comum, para um adolescente, mas guardava um grande mistério. Seu pai contratava espíritas para tirar espíritos que ali habitavam. Espíritos de sua mãe e de seu ex, pois o mesmo jurou que a mataria. Porém, foi esforço jogado fora. Surpreendi-me ao entrar em seu quarto por um simples motivo, sua parede preta havia uma nova foto, e essa eu não conhecia, e por pura curiosidade acabei perguntando quem era, e me assustei mais ainda com a resposta, ela disse que também não sabia quem era, simplesmente, sentiu vontade de por essa foto, que havia encontrado em cima do túmulo de sua mãe, ao visitá-la no dia de sua morte. Pela primeira vez, minha amiga chorou. Sua casa era uma casa não tão simples e nem tão luxuosa... Era uma casa comum para uma família de classe media e com três pessoas: sua avó, seu pai e Judy (minha amiga). Casa com sete cômodos, sendo: sala de estar, sala de jantar, cozinha, banheiro, três quartos, sendo uma suíte. Todos pintados da mesma cor: marrom. À noite, a casa fica mais silenciosa que um deserto... No jardim, rosas habitavam e perfumavam sem pedir licença... Os espinhos não cortados mostravam que não havia jardineiro, mas ainda é um mistério as rosas estarem vivas... Certa noite, eu fui levar uma lição para ela, pois Judy faltara na escola. A lua cheia era uma bocarra vermelha, arreganhada na face negra do céu. Cães uivavam loucamente na rua, com aquele ar lúgubre que vinha de todos os cantos e calçadas. Cachorros e lobos uivavam, fazendo uma sinfonia horrorizantemente. Ao chegar à casa de Judy, descobri que ela estava triste, então nem estudamos. Mas contamos segredos, desejos e mistérios sobre