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Cronicamente Inviável O filme de Sérgio Bianchi retrata um Brasil predatório e corrompido em uma época de crise. O mesmo baseia-se em trechos das histórias de seis personagens, exibindo a dificuldade de sobrevivência mental e física, em meio ao caos em que a sociedade vivia na época que atinge a todos, independentemente de suas posturas sociais ou assumidas. Dentre os problemas destacados podemos citar: tráfico de órgãos, venda de crianças, violência policial, acampamentos de sem terras, queimadas na Amazônia, etc... No centro dos acontecimentos, é visível o abismo que separa os ricos dos miseráveis. Um Brasil nojento em que ninguém se salva, onde são demonstradas claramente as relações de opressor e oprimido tendo como ponto de interseção o restaurante luxuoso de seu Luiz em São Paulo. Nesse restaurante são retratados Adam, um paranaense descendente de poloneses, que vai trabalhar como garçom e Alfredo, que viaja pelo país fazendo pesquisas para escrever seu livro. Alfredo vive e tenta compreender os problemas de dominação e opressão social. Lá encontram os amigos: Luiz (que é o proprietário do restaurante, um homem refinado que acredita na civilidade e nas boas maneiras como forma de se resolverem os problemas); Amanda (que é a gerente de seu restaurante e de uma rede de tráfico de crianças e de órgãos, uma mulher de origem pobre que incorpora a ética e os costumes burgueses); Maria Alice (uma mulher de classe média alta que se compadece com as injustiças sociais) e seu marido Carlos (que é um economista que acredita na racionalidade e no pragmatismo do capitalismo). Apesar dos fatos se concentrarem no restaurante, o filme possui vários cenários, colocando em foco as mais espantosas situações de aproximação e conflito entre diferentes raças e classes sociais, de várias regiões do país, revelando, sem qualquer privilégio, a impossibilidade de uma cultura nacional homogênea. O filme é, sobretudo, uma discussão sobre as relações de poder, o