Teoria pré-capitalista

381 palavras 2 páginas
1. A base objetiva do humanismo de Marx e, simultaneamente, da sua teoria da evolução social e econômica é a análise do homem como animal social. O homem – ou melhor, os homens – realizam trabalho, isto é, criam e reproduzem sua existência na prática diária, ao respirar, ao buscar alimento, abrigo, amor etc. Fazem isto atuando na natureza, tirando da natureza (e, às vezes, transformando-a conscientemente) com este propósito. Esta interação entre homem e a natureza é – e ao mesmo tempo produz – a evolução social. Retirar algo da natureza, ou determinar algum tipo de uso para alguma parte da natureza (inclusive o próprio corpo) pode ser considerado e é o que acontece na linguagem comum, uma apropriação, que é, pois, originalmente, apenas um aspecto do trabalho. Isto se expressa no conceito de propriedade (que não deve ser, de forma alguma, identificado com a forma histórica específica da propriedade privada). No começo, diz Marx, “o relacionamento do trabalhador com as condições objetivas de seu trabalho é de propriedade; esta constitui a unidade natural do trabalho com seus pré-requisitos materiais.” Sendo um animal social, o homem desenvolve tanto a cooperação como uma divisão social do trabalho (isto é, especialização de funções) que não só é possibilitada pela produção de um excedente acima do que é necessário para manter o indivíduo e a comunidade da qual participa, mas também amplia as possibilidades adicionais de geração desse excedente. A existência deste excedente e da divisão social do trabalho tornam possível a troca. Mas, inicialmente, tanto a produção como a troca têm, como finalidade, apenas, o uso – isto é, a manutenção do produtor e de sua comunidade. Estes são os elementos analíticos principais em que a teoria se baseia e constituem, na realidade, extensões ou corolários do conceitos original do homem como um animal social de tipo especial.

HOBSBAWN, Eric. Introdução. In: MARX, Karl.
Formações econômicas pré-capitalistas. p. 16-17

a) O texto

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