Resumo: transversalidade e meio ambiente
No texto Transversalidade e Meio Ambiente, Gallo demonstra que com a criação do método científico e a aplicação deste às teorias/experimentos já existentes, foi possível ‘dividir’ a ciência em disciplinas e que este processo está intrínseco na natureza humana. Na busca pelo saber, o homem acreditou, inicialmente, que poderia compreendê-lo como um todo, mas aos poucos percebe que o saber apresenta muitas faces, iniciando então o processo de compartimentalização do real, o seu estudo por partes, sendo que este processo foi iniciado por Aristóteles.
A ciência moderna, com sua complexidade, impossibilita o ‘conhecimento de tudo’, de forma que surgem as especializações, onde o cientista foca em seu objeto de estudo e ‘esquece’ o que está a sua volta, potencializando o conhecimento a cerca deste objeto ao mesmo tempo em que o isola.
Não podemos negar que a compartimentalização, as especializações, contribuíram para o crescimento das áreas do saber. No entanto, a ciência deveria ser utilizada para responder às necessidades humanas e, com a compartimentalização, afasta-se deste objetivo, de modo que o homem passa a ser um instrumento da ciência, onde o importante é apenas o saber pelo saber, onde o conhecimento não tem sentido, pois não está intrinsecamente ligado à vida humana.
Na perspectiva de Nietzsche, filósofo alemão, a ciência passou a responder à interesses além daqueles relacionados à vida humana e passou-se a saber cada vez mais sobre cada vez menos.
A disciplinarização da ciência acabou por refletir no campo pedagógico, promovendo também sua disciplinarização, terreno fértil para a pedagogia moderna, ao passo que permitiu a especialização dos professores, do material pedagógico e do espaço pedagógico, além de permitir o fracionamento do tempo escolar e o controle do processo pedagógico, onde tudo pode ser controlado, avaliado, metrificado e o desempenho do aluno é traduzido em nota.