Resenha GATTACA

O Filme GATTACA, apresentado em sala de aula, é uma crítica ao poder da engenharia genética e da eugenia social. Retrata uma sociedade cuja técnica de manipulação do código genético é o fator determinante para o controle social. No filme, a sociedade está dividida em duas ditas classes “sociais”: os filhos da ciência, denominados Válidos, e os Inválidos, concebidos de forma natural, os “filhos de Deus”, submetidos às impurezas genéticas da natureza.

Pode-se dizer que, na verdade, trata-se do ressurgimento do sonho de Hitler uma vez que, decifrado o código genético, a maioria dos casais que desejavam conceber um filho recorria à fertilização artificial, sendo implantado na mãe o embrião que apresentava melhor código genético (QI mais elevado, melhor porte físico, ausência de doenças genéticas graves, etc.), gerando, assim, uma geração de seres humanos muito mais saudáveis.

Vicent Freeman, condenado pela hereditariedade e portador de várias doenças graves não desiste de ir em busca de seu sonho: participar de viagens e projetos espaciais, nas quais a classe social era determinante para a sua participação.

Para atingir a qualidade de cidadão Válido, o personagem recorreu à utilização de meios clandestinos, os chamados “piratas genéticos”, a fim de clonas registros genéticos de Jerome Morrow, um ex-atleta que sofreu um acidente e merdeu a mobilidade das pernas. Vicent representa o herói em busca de seu sonho. A luta agora é contra o destinos das classes inferiores, pelo estigma do destino genético.

Em todos os períodos da história, o ser humano define padrões de excelência que variam de acordo com a época, cobrando de si mesmo e dos demais que atinjam este patamar, sem, muitas vezes, levar em consideração as limitações. A medicina, a indústria farmacêutica, química e a biologia genética tornam-se os principais impulsionadores deste movimento pela busca da perfeição, burlando, muitas vezes a natureza.