Renato

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O AUGE E O DECLÍNIO DO INFLACIONALISMO NO BRASIL

Introdução

Nos últimos 60 anos, de variadas maneiras, e com incontáveis vestimentas e disfarces, economistas, políticos e pensadores brasileiros enxergaram “funcionalidade” na inflação, vale dizer, vislumbraram um método nesta loucura.

Eles viram que, para financiar o investimento público, tributar sem ritos congressuais, corrigir (ou viciar) preços relativos, amolecer a rigidez nominal de contratos e livrar-se de dívidas, a inflação parecia ter uma contribuição para o crescimento brasileiro tão essencial quanto pecaminosa.

Como se fosse a face negativa do Progresso, o lado destrutivo mas não menos essencial da Criação, aquilo que dissolve tudo o que é sólido, e em torno da qual prevaleceu, entre os economistas, a omissão ou quando muito a ambiguidade. O invólucro doutrinário da relação entre a inflação e o desenvolvimento variou muito ao longo deste período.

As raízes do inflacionismo: o “estruturalismo”

A ideia de que os requisitos da estabilidade impunham obstáculos ao nosso crescimento encontrava profundas raízes na longa história de resistências do pensamento desenvolvimentista aos cânones básicos de programas de 4 estabilização ditos ortodoxos propostos frequentemente do exterior.

A apologia à inflação não era comum, mas reconhecia-se abertamente a sua funcionalidade, e de maneiras que hoje veríamos como politicamente incorretas. “A cautela do observador estruturalista consistia em afastar-se do problema, sem deixar de reconhecê-lo, refugiando-se na crítica feroz às maneiras convencionais de resolvê-lo, ou seja, desancava-se essa denominada de estabilização”, - o termo ortodoxa sequer existia na ocasião - cuja característica, na visão dos estruturalistas, era a “preponderância suprema que esta política empresta [va] aos problemas e instrumentos da esfera financeira, em detrimento de uma ação tanto necessária quanto urgente sobre a

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