Ortografia

A ortografia é um sistema querido por poucos, além de ocupar um lugar controvertido no debate pedagógico atual, no qual a valorização do texto parece proibir o tratamento de determinados objetos de ensino-aprendizagem que estejam em outros níveis linguísticos. Segundo Morais a ortografia é um fenômeno recente no português e só no século XX se instituíram normas ortográficas. A proposta do autor é um ensino voltado para reflexão, para a formação de alunos que possam ler e produzir textos significativos. Ou seja, onde a língua ensinada na escola tenha propósitos e características semelhantes aos que adotamos quando lemos e escrevemos fora do ambiente escolar. Quando o assunto é ortografia vemos que a escola cobra do aluno, em vez de se preocupar mais em avaliar a escola precisa investir em ensinar, de fato, a ortografia. Vemos que em nosso dia-a-dia os erros ortográficos funcionam como uma fonte de censura e de discriminação, e mesmo depois de muitos anos de escolaridade tem pessoas que se sentem constrangidas quando tem de escrever, pois tem medo de errar. Outro aspecto importante a ressaltar é o de que de as regras ortográficas são fruto de uma convenção social cujo objetivo é padronizar a escrita, mantê-la íntegra, ou seja, se esse objetivo não se realizasse, a linguagem escrita apareceria dentro de um mesmo país, fragmentada pela oralidade de cada região e pelo modo de pronunciar de cada falante. Seria uma verdadeira Torre de Babel, pois, com o passar do tempo ninguém se entenderia mais. Essa seria a real necessidade de se respeitar às convenções ortográficas. Assim a ortografia funciona como um recurso capaz de cristalizar na escrita as diferentes maneiras de falar dos usuários de uma mesma língua. Dada a sua natureza de convenção social, o conhecimento ortográfico é algo que a criança não pode descobrir sozinha, sem ajuda. Inicialmente a criança se apropria do sistema alfabético num processo gradativo, e ela aos poucos