Organização pedagogica

No contexto histórico vemos que antigamente as creches eram pouco valorizadas, tanto pelo governo como pela população. As creches eram assistencialistas e não se pensava na criança em um ensino-aprendizagem, mais apenas em cuidados físicos, como higiene e proteção. Como pude notar ao entrevistar a Senhora Maria de Lourdes da Silva, de 65 anos, mãe de quatro filhos, na qual cuidou de todos em casa, pois, para ela “[...] Mulher tem a obrigação de cuidar dos filhos e os homens de bancar a casa [...]”, a visão que as famílias faziam em relação às creches naquela época, era que somente em casos estremos onde as mães que precisavam realmente trabalhar se utilizavam destes serviços, e, não era bem vistas pela sociedade, as considerando desnaturadas, sendo, muitas vezes, vítimas de comentários como “Você não tem coração? Coitado do seu filho? Você não tem pena de deixá-lo sozinho na creche?”. Criança em creche era sinônimo de abandono, era visto como desumano. Nesta época, com a sociedade conservadora, e só da mulher sair de casa para trabalhar já era mau vista, tanto por homens, quanto por mulheres.
O fato é que, nesta época, as creches fossem tidas como supridoras das falhas das famílias, tanto em higiene, quanto as más condições de vida. As famílias eram tidas como incapazes de cuidar e educar seus filhos, sendo um mal irreparável, deixá-los nas creches, pois o “melhor” seria ficar com a mãe.
Notei que a visão da Maria de Lourdes era a visão popular da época, que veio se modificar nas décadas de 70 e 80, com o movimento feminista. Ao entrevistar a Senhora Silvana Ramos dos Santos, 27 anos, mãe de 01 filho de 04 anos, observei que, o “tabu” de creche sinônimo de maus tratos, está “quebrado”, como comentou a mesma “[...] Meu filho, frequentou a creche o ano passado, quando o coloquei na creche, eu não estava trabalhando, só coloquei porque descobri que tinha professora e eles faziam atividades, e aprendiam a pintar e conhecer as letras do nome[...]” . O fato de