Microbiologia
Milton Parron Padovan
Introdução
Para iniciar a discussão sobre modelos de produção sob bases agroecológicas, deve-se analisar que, mais que alimentos ou outros produtos, a agricultura promove relações dos homens entre si e dos homens com a natureza, conferindo a quem pratica essa atividade uma responsabilidade tanto na dimensão social quanto ambiental.
Agricultura convencional (agricultura predominante atualmente)
A agricultura caracterizada como convencional, compreende um conjunto de técnicas produtivas que surgiram na Europa em meados do século XIX, conhecida como a 2ª revolução agrícola, que teve como suporte inicial o lançamento de fertilizantes químicos. Este sistema expandiu-se após as grandes guerras, no qual o agricultor é altamente dependente de tecnologias, recursos e capital do setor industrial. Além disso, essa “modernização da agricultura”, foi baseada na elevada utilização de insumos químicos externos à propriedade, em máquinas pesadas, monoculturas e em sementes geneticamente melhoradas de acordo com os interesses das indústrias de adubos químicos e agrotóxicos. Os benefícios daí advindos foram extremamente desiguais em sua distribuição, privilegiando-se nesse processo os produtores mais ricos, com as maiores extensões de terra e com maior poder político-econômico, em detrimento dos agricultores mais pobres e com menos recursos. Esse modelo de agricultura não resolveu o problema da fome da população como se propunha, verificando-se através dos crescentes índices de desnutrição e miséria (atualmente cerca de 60 milhões de pessoas passam fome somente no Brasil), também resultou em severos problemas ambientais, sociais e de saúde pública.
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Bases para a conversão de sistemas de produção convencionais para agroecológicos
Sistemas Agroecológicos
Nos sistemas de produção agroecológicos se emprega princípios ecológicos, que levam à