Melanina poética

Me diga o que mais vale, o que tu realmente pensa ou 1 milhão de dólares, fama e às graças da imprensa? Se te ocorreu a incerteza e o gaguejo mental, faça-me um favor, dá-me licença Seres que visam somente a beleza e o traquejo social, aviso-vos, o teu pavor e a tua morte realmente conforta e me recompensa Me fala o que mais sabe, o que tu concomitantemente idealiza enquanto lê essas idéias insanas? Será que percebes a nossa discrepante diferença? Continua a julgar conforme a estética. Acredita nessa ridícula ética. Tenta adentrar minha conciência, porém ela é blindada e hermética, banhada pela maré de raiva densa O espelho reflete a verdade nua e crua. O teu espanto remete a disparidade entre a minha alma e a tua. Teu espírito inerte esconde-se na penumbra da lua. A minha psicopatia ecoa, reverbera e repete que o remorso eterno será a tua sentença Algeme minha tinta, grafite e mina; porque minha escritura é homicida, hedionda e assassina. Publico o meu amâgo que provoca uma chacina, pois sei bem que tens medo da melanina. Sim, eu sei, minha mente para maldade é propensa Meu genótipo viajou em um navio negreiro, a revolta negra ocasionou na vida do "branco" um salseiro, Neste certame adiciono mais um tempero: - Caucasiano! A tua presença nessa terra é uma doença Da granada de emoções eu puxei o pino, o ritmo e a poesia é meu hino, meu amor ao pigmento é fidedigno, aprecio a tua marcha fúnebre que está sendo entoada pelo meu próprio violino. Edifico teu jazigo com uma voracidade intensa e felicidade