Maquinaria e grande industria
Em segundo lugar, ainda em relação à frase de Mill, ele deveria ter dito: “de algum ser humano… que não viva do trabalho alheio”. As máquinas aumentaram, com certeza, o número dos ricos ociosos. Mas, quem é que pensa alguma vez no trabalhador? Se o capitalista se preocupa com ele, é somente para estudar uma forma de sugá-lo melhor. O operário vende sua força de trabalho e o capitalista a compra, como única mercadoria que, criando mais-valia, faz nascer e crescer o capital. O capitalista por outro lado, só se ocupa em fabricar sempre mais e mais mais-valia. Depois de ter exaurido a mais-valia absoluta, encontrou a mais-valia relativa. Agora ele sabe: com as máquinas, ele pode obter, ao mesmo tempo, um produto duas, quatro, dez, muitíssima vezes maior do que antes. E o que é que esse moço religioso, honesto e, ainda por cima, amigo da tecnologia avançada pode fazer? Impor as máquinas para seus trabalhadores! A cooperação, a manufatura, se transforma assim na grande indústria moderna e a sua oficina na fábrica, propriamente dita.
Depois de ter mutilado e estropiado o trabalhador com a divisão do trabalho; depois de tê-lo limitado a uma única e maçante operação, o capitalista vai agora nos oferecer um espetáculo mais triste ainda. Ele arrancou das mãos do trabalhador as ferramentas que lhe restavam, liquidando,