Luto e melancolia

RESENHA

Freud, S. Luto e Melancolia ; vol. XIV, Metapsicologia. Freud no texto “Luto e Melancolia” traz o conceito e diferenciações entre o luto e a melancolia. Cita que o luto, de maneira geral, manifesta-se como estado de reação a perda de algo amado. Explica que em algumas pessoas esse mesmo estado provoca melancolia ao invés de luto, mas revela que neste caso essas pessoas possuem disposição patológica, diferentemente do luto que não é avaliado como uma condição patológica, por considerar que seja superado após certo tempo.

Explica que a melancolia promove traços marcantes de desânimo profundo, falta de interesse pelo mundo externo, inibição, incapacidade de amar e diminuição da auto-estima. Com exceção da última, trata-se de características semelhantes às encontradas no luto.

No luto, diante da perda, percebe-se também a incapacidade de adotar um novo objeto de amor e impossibilidade de assumir atividades que não estejam ligadas a este objeto perdido, ou seja, diante da inexistência deste objeto, exige-se que toda libido seja retirada de ligações com o mesmo.

Diante da dificuldade de adotar um novo objeto de amor, a ausência do objeto amado exige grande esforço para redirecionamento da libido. A resistência e oposição a esse redirecionamento podem promover apego ao objeto através de uma psicose alucinatória.

A melancolia também pode se mostrar como uma reação de perda do objeto amado, mas este objeto não precisa ter necessariamente morrido e sim ter sido perdido enquanto objeto de amor, ou em situações de desprezo, desconsideração que podem despertar sentimentos opostos de amor e ódio.

Na melancolia, o sujeito pode constatar a perda, entretanto, não se sabe exatamente o que perdeu, não sabe exatamente qual o conteúdo desta perda.
Freud, explica que a melancolia estaria relacionada a uma perda objetal inconsciente, ao contrário do luto. Além disso, na melancolia o ego apresenta-se desprovido de valor, incapaz de qualquer realização.