liberdade religiosa x vida

A colisão dos princípios fundamentais presentes na Constituição Federal de 1988 está tendo uma observação mais aprofundada quando trata do direito à vida e direito à liberdade de crenças religiosas, o destaque nesse caso apresenta-se principalmente quando ocorre casos de transfusão de sangue em pessoas que professam a religião Testemunha de Jeová, pois entendem que o uso do sangue na alimentação, bem como em transfusões é proibido pela lei divina, baseando-se em estudos feitos por meio da bíblia.
A grande repercussão que esses casos tem, se da devido a qual direito deve prevalecer sobre o outro, uma vez que pessoas não compreendendo as crenças e ensinamentos da religião Testemunha de Jeová, abrem tal discussão, pois ao passar por um caso que haja a necessidade de transfusão de sangue, quem segue essa religião coloca em risco a própria vida devido a sua crença.
A restrição à realização de transfusões de sangue pode gerar no médico uma dificuldade em manter o vínculo adequado com o seu paciente, já que ambos tem diferentes perspectivas sobre qual a melhor decisão a ser tomada, caracterizando um conflito entre a autonomia do médico e a do paciente. Uma possível alternativa de resolução deste conflito moral é a de transferir o cuidado do paciente para um médico que respeite esta restrição de procedimento.
Mas não se trata singelamente em ponderar qual direito deve ser preservado e qual deve sofrer limitação. A Carta Magna protege o direito à vida, a dignidade da pessoa humana e a liberdade de crença na mesma proporção, diferentemente do que muitas pessoas acham, crendo que o direito à vida mesmo em conflito com outro direito ira e deve prevalecer.
O Estado brasileiro enquanto laico, prevê a seus cidadãos o direito de viver de acordo com distintos valores e crenças. Essa liberdade de crença reveste a vida das pessoas de sentido, sentido este não compreendido em sua verdadeira dimensão por quem não vive e não comunga dos mesmos valores. Então, sendo o agente