Kant

3900 palavras 16 páginas
A MORAL DE KANT ENTRE O CRISTIANISMO E A SECULARIZAÇÃO

Gabriel Almeida Assumpção*

RESUMO:

A moral kantiana tem o mérito de buscar o seu fundamento no exercício da própria razão, de forma que seu princípio, o imperativo categórico, não se justifica, segundo Kant, com base na tradição e na religião. Buscando seu fundamento no uso prático da razão pura como critério de moralidade, o filósofo contribuiu para se pensar a moral sob um ponto de vista secular, de modo que, em Kant, não é a religião que determina a moral, mas a moral que aponta para questões religiosas. Na Crítica da Razão Pura, a preocupação de Kant não é apenas com conhecimento e com questões metafísicas, mas também com a moral. Já nessa Crítica, fornece uma exposição sobre o conceito de sumo Bem, ligação necessária entre virtude como causa e felicidade moralmente condicionada como efeito. O referido conceito é marcado por uma influência do cristianismo, e o próprio Kant reconhece que remete ao que Leibniz chama
Reino da Graça, uma comunidade moral onde os justos são felizes e os que não agem moralmente são punidos. Kant, desse modo, se reconhece como tributário da tradição cristã.
Na segunda Crítica, por sua vez, Kant defende a existência de Deus como um postulado da razão prática pura, ou seja, um elemento de apoio na promoção do sumo Bem.
Deus é aceito pela razão prática pura não como objeto de conhecimento teórico, mas de fé racional pura. Deus é concebido, aqui, como um Autor da natureza capaz de transitar entre os reinos da natureza e da moralidade com perfeição, distribuindo a felicidade de forma proporcional à conduta virtuosa de cada um. Deus se faz uma pressuposição necessária nesse vínculo porque, na visão do filósofo, nem a lei moral, tampouco a natureza, proporcionam o referido vínculo de forma necessária. Ainda que o fundamento da moralidade seja a lei moral, da qual se tem consciência pela própria razão pura no uso prático, a moral acaba conduzindo à
religião:

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