Felicidade paradoxal
Fausto M. F. Costa
Quem não deseja ser feliz? Sentir-se completo, satisfeito com a vida e usufruir de tudo o que lhe proporciona prazer? A partir deste questionamento presente em praticamente todos os indivíduos da sociedade contemporânea, Gilles Lipovetsky, filósofo e pesquisador francês, remete-nos a pensar sobre os intermináveis paradoxos de felicidade que pairam sobre a sociedade do hiperconsumo em seu novo livro “A Felicidade Paradoxal”.
O ato hiperconsumista de comprar satisfaz os prazeres dos indivíduos. Mas ao mesmo tempo o indivíduo também é levado a uma insatisfação por parte deste ato. Pode-se dizer que tal ato traz uma satisfação temporária, não plena. Para cessar a insatisfação, o hiperconsumidor acaba praticando novamente o ato de comprar para se sentir satisfeito.
Uma satisfação plena seria conseguida se o indivíduo fosse capaz de se livrar disso, capaz de diminuir os valores do consumo e aumentar os valores das questões filosóficas. Isso poderia ser conseguido com autoconhecimento, o altruísmo e a simplicidade (o autor grita isso ao final do livro). A sociedade atual está bastante entrelaçada ao prazer. Uma das maneiras mais fácil de conseguir chegar ao prazer é através do ato de consumir.
O autor divide o livro em duas partes: 1) A sociedade do hiperconsumo e 2) Prazeres privados, felicidade ferida. Na primeira parte, ele apresenta, a partir de três marcos específicos, a evolução do capitalismo de consumo e seus desdobramentos na vida moral, afetiva e social dos indivíduos. A fase I (mercado de massa), com início por volta de 1880 e término marcado pelo fim da Segunda Guerra Mundial, é caracterizada pelo autor como a fase da distribuição. A partir do desenvolvimento dos mercados nacionais e a facilidade para escoação da produção das indústrias que evoluíam a cada dia.
A fase I (sociedade de consumo de massa na qual o objetivo do ato de