Considerações Iniciais sobre a Felicidade Paradoxal de Gilles Lipovetsky

Para o autor Gilles Lipovetsky, na obra Felicidade Paradoxal, o modo de vida centrado no consumo teve origem no final do século XIX. Devido aos novos meios de comunicações, as máquinas de produção em série, as tecnologias de transporte mais eficientes e a produção ordenada por princípios científicos de trabalho, foi possível obter uma produção em larga escala e desenvolver os mercados nacionais. Nesta primeira fase, intitulada pelo autor de Produção e Marketing de Massa (p.27), o aumento da produtividade com custos mais baixos abriram caminho à produção em larga escala, a publicidade legitimou a relação entre consumidores e fabricantes por intermédio da elaboração de marcas, em substituição à simples dinâmica entre comerciantes e suas clientelas (p.29 e 30).
Esta primeira fase de consumo se estendeu até o final da 2ª Guerra Mundial, e nela, houve um aumento da produtividade com custos mais baixos que proporcionaram o desenvolvimento da produção de massa, em que consumir passou a ser emblema de felicidade, em conceitos que Lipovetsky trata como "consumo-sedução" e "consumo-distração" (p.27 - 31). Tais conceitos referem-se à associação da felicidade, à aquisição de bens em prol de um cotidiano facilitado ao explanarem táticas de diversificação de produtos, entre outros processos que visam reduzir o tempo das mercadorias por meio de renovações sazonais, em modismos cíclicos. O conforto material e o lazer guiaram pessoas e comportamentos, sendo os agentes de transformação do consumo mercantil em estilo de vida.
Na segunda fase, o autor conduz sua reflexão acerca da sociedade de consumo (p. 32), em que a publicidade educou as massas para o consumo, criou justificativas para o "gosto de gastar", reorganizou a vida cotidiana por princípios mercantilizados e, assim, homogeneizou mentalidades. Lipovetsky discorre sobre o "consumo emocional", no qual os indivíduos têm um êxtase particular por adquirirem um determinado bem ou produto de uma marca específica. A publicidade