Era uma vez

Estava muito frio, a água era tão fria que parecia que haviam milhares de espinhos rasgando meu corpo, também estava muito escuro só dava para ver as estrelas no céu, estrelas sem fim. Seria lindo se não houvesse nenhuma dor, eu não agüento mais, é muito mais forte que eu e agora sinto as navalhas cortarem minha garganta e um choque nos meus pulmões, já não enxergo mais estrelas, já não há mais dor, só vazio... Abri os olhos assustado e sentindo o efeito dormente que os espinhos deixaram no meu corpo, a luz fazia meus olhos doerem, doíam até demais, fui obrigado a fechá-los. Eu não sentia nem uma parte do meu corpo, estava enjoado, fraco e ainda com frio. Até que ouvi a porta se abrir, um medo me dominou, tentei abrir novamente os olhos mas tive que fechá-los novamente pela dor, só pude ver uma mulher de branco fechar a porta pude ouvir ela caminhar pelo quarto mexer em algo na cabeceira da cama, ouvi o som de janelas abrindo até que não ouvi mais nada. O que está acontecendo ? Quem é essa mulher? Para onde ela foi? Meus pensamentos foram cortados por uma voz calma e suave.
- Como está meu paciente preferido? Paciente? Eu estou doente? Estou ferido? Agora foi o desespero que me dominou, porque estou aqui e o que essa mulher faz aqui comigo? Ela cuida de mim? Eu quero respostas, mas as perguntas não conseguem sair da minha boca. E novamente fui cortado de meus pensamentos quando senti algo quente em meu pulso, o desespero voltou, quero saber o que é isso, embora não me cause dor eu não quero saber o que é, então tentei abrir novamente os olhos, dessa vez fui mais devagar. Pude ver muito embaçado a mulher de branco tocando meu pulso como se estivesse procurando algo, ela cantarolava enquanto lia algo numa folha eu não conseguia entender, olhei para o lado e vi um criado mudo com um livro em cima vi que haviam outras camas na sala, algumas com pessoas deitadas, tinha uma televisão também. A mulher largou meu pulso e ficou em pé ao lado da