Entre o caminho da selva escura e

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A Divina Comédia e a A Máquina do Mundo, são composições distintas onde cada poeta mostra sua visão do mundo, desmitificando-o em seu funcionamento; ambos exprimem a filosofia de seu tempo em suas obras. Dante está próximo dos medievais, sua visão é do pós vida, ele cria uma obra de estrutura divinizada vista por ele (o poema), onde mostra o mundo ordenado por Deus e onde cada homem recebe aquilo que lhe cabe. Drummond, pós-moderno, cria a quase epifânica A Máquina do Mundo, onde seus mistérios se abrem para o autor desmistificando seu funcionamento; neste, o poeta recusa o religioso, continua seu caminho como ser humano do pensamento pós moderno, sem um Deus que o determine, sozinho, abandonado de mãos tremulas pela contemplação de sua solidão desoladora. Em ambos, a máquina se abre para compreenção do homem (como apreciação de Deus) durante o percurso do caminho, da vida, da reflexão; no caso de Dante, no final ele está ao lado do divino; no de Drummond, o final é a sua recusa, onde o religioso é reduzido ao metafísico, onde o contato está para além das possibilidades humanas. No pensamento de Agostinho, filósofo medieval, o livre arbítrio passa para o homem a inputação de suas ações no mundo (elas não são de Deus), na D.C., o homem precisa limpar-se de seus pecados, para que assim, possa contemplar Deus; o homem é um ser imperfeito que ao percorrer o caminho da sua vida pela via certa pode ascender. No A Máquina do Mundo, é como em Kant, o homem está livre enquanto ser racional para agir, cabe à ele a escolha de suas ações e criar suas próprias leis; ele é independente de Deus para efetuar uma ação de cunho racional moral (tem a capacidade de saber aquilo que deve ser feito); o ser suprumemo, aqui, é destituido da organização do mundo pela capacidade que homem tem de saber o que deve ser. O metafísico não pode interferir mais em nosso mundo, Deus é separado do plano material conhecível ao homem, e passa a ser acessível a nós unicamente através do

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