eneida

ENEIDA
Epopeia de Eneias, a Eneida conta a viagem deste herói troiano, de Tróia para Itália onde, por missão divina, irá fundar uma "nova Tróia".
O fim a que Virgílio se propôs ao empreender a feitura da Eneida - tantum opus - foi aquele que sempre norteou a República Romana e que se sintetiza em três palavras: uirtus, iustitia, pietas.
Cantando o seu país e suas instituições, Virgílio quis mostrar a grandeza incomparável de Roma - caput orbis terrarum -, a glorificação desse império florescente da época de Augusto e o seu humilde começo.
É evidente a influência de Homero na composição da Eneida. Mas essa imitação leva cunho de génio. A Ilíada e a Odisseia, com efeito, são as duas principais fontes de Virgílio. Segundo hábito muito grato aos romanos, Virgílio fez na Eneida uma "contaminação", contaminatio: os seis primeiros livros são uma réplica abreviada da Odisseia, os seis últimos lembram a Ilíada. Utilizando um fundo mitológico grego, o poeta reuniu elementos gregos e itálicos, religiosos e profanos, factos fabulosos com acontecimentos históricos.
O herói individual é Eneias, mencionado na Ilíada como filho de Anquises e da Deusa Vénus, que por desígnio divino sobrevive à destruição de Tróia para que a realeza troiana não se extinga. É pius, grande guerreiro, mas, no fundo, um herói da paz, a quem as circunstâncias forçam à guerra.
Há dois heróis secundários, Dido e Turno, que representam os maiores obstáculos à missão de Eneias.
Livro Primeiro
PROPOSIÇÃO - O poeta enuncia a matéria a tratar: as viagens, combates e sofrimentos do herói que, partido de Tróia, transportou os Deuses ancestrais para o Lácio, onde ergueu os muros da cidade que foi o berço do novo império dos latinos.
INVOCAÇÃO - à Musa, a quem o poeta solicita a explicação para a perseguição que a deusa Juno move aos troianos.
NARRAÇÃO - Começa in medias res, em plena acção. No momento em que começa a Eneida, os troianos acabam de deixar a Sicília e preparam-se, alegres, para a última